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Como a música nos toca quando crianças

A música nos leva para lugares do pensamento onde as palavras não entram. As que começamos a ouvir quando crianças ficaram perenes em nossa imaginação.

Uma das primeiras que me passaram uma ideia elementar de melodia, harmonia e ritmo foi a guarânia “Cabecinha no Ombro” interpretada pelo Duo Guarujá, que eu ouvia em 1958, quando ainda morava em Curitiba. De beleza simples e um quê sentimental, melodia, na época, adquiriu para mim uma conotação singular. 

Eu estava com meu irmão a percorrer ruas desconhecidas em companhia de uma moça que supostamente era a nossa guia. Procurávamos por nossos pais, que deviam estar na casa de alguém nas redondezas e até hoje é um mistério porque fôramos parar ali. O fato de que estávamos a caminhar por algum tempo e a incerteza de encontrá-los nos afligia cada vez mais. A certa altura, meu irmão menor, mais angustiado que eu, começou a chorar. A moça, querendo consolá-lo (ou então, parecer engraçada), entoou as estrofes que diziam: “Encosta a tua cabecinha, no meu ombro e chora/E conta logo suas mágoas todas para mim/Quem chora no meu ombro eu juro, que não vai embora/Que não vai embora, que não vai embora […]. A tática, entretanto, surtiu efeito contrário. Ante o desalento e a mensagem comovente dos versos, também eu desandei a chorar.

Quando chegamos a SP após uma viagem de trem que durou de 18 horas, atraiu minha curiosidade Cachito mio, que tocava no rádio da casa de nosso tio Adolfo, onde ficamos hospedados provisoriamente. A melodia alegre caía bem e a letra, em espanhol, expressava carinho por alguém. Ao lado da recepção que ele nos deu, aquela música, que ecoou nos meus ouvidos nos dias seguintes, representou um pano de fundo amistoso para quem acabava de chegar a um lugar distante e, à primeira vista, pouco atrativo.

Semanas depois, já em novo habitat, comecei a pesquisar programas radiofônicos no rádio de válvula e estojo de madeira, o único que tínhamos. Além dos programas de música sertaneja, eu gostava de sintonizar logo cedo a rádio Record para ouvir, apresentado por Joaquim Costa Almeida, “Bandas de todas as bandas”.  Aquelas marchas me contagiaram com sensações de júbilo e otimismo - o que servia para animar alguém com 6 anos de idade e afastado das suas referências de pessoas e lugares.

Sensações bem diferentes eu tinha com a vinheta da novela que minha mãe acompanhava no rádio, ao passar roupas. Eram os acordes iniciais da abertura do Concerto para Piano em Si bemol menor do Tchaikovski - eu os sentia carregados de drama e de uma tristeza bela e solene. Talvez, com sua arte, o compositor quisesse comunicar seus infortúnios, que não foram poucos. Foi a primeira composição clássica que conheci e talvez a primeira vez que tenha ouvido o som de uma orquestra, em que identificava instrumentos de sopro (trompa), piano e violino (hoje sei que havia também o violoncelo). 

Mas foi na casa da minha avó Julieta, no alto de Bronze, centro histórico de Porto Alegre, que comecei a ter alguma ideia da música erudita. Lá, onde ela morava com minha tia Esther e meus tios João e Raul, era o lugar idílico onde passávamos as férias de final de ano. Lá, onde éramos rodeados pela atenção e carinho de familiares e seus amigos - lembro-me da Helenita, então namorada do meu tio João, que além de eu achar bonita, com sua doçura e delicadeza tinha o dom de nos tranquilizar, porque sempre via o lado bom das coisas. Por não ter a obrigação de nos educar, eles nos davam o que não podíamos ter em casa. Era ótimo, mas o resultado final era que ficávamos “‘estragados”’, e ao voltar para casa em SP tínhamos que voltar a “entrar nos eixos”, como minha mãe dizia.

A casa era ampla, com um grande jardim nos fundos, ladeado por canteiros com rosas, margaridas, lírios, uma figueira, mamoeiros (entre as plantas que eu me lembro) e ao final, um galinheiro em que raramente entrávamos, por medo de ser bicados. No hall de entrada uma chapeleira dava boas-vindas. Provida de espelho, ganchos para pendurar sobretudos e base rebaixada para acomodar guarda chuvas, era uma peça distinta. Uma escada comprida, com passadeira que às vezes saía do lugar, dava acesso ao andar de cima e suas várias dependências.

Na sala, em um canto próximo às duas grandes janelas que se abriam para o jardim, ficava a rádio vitrola – um móvel de madeira escura, alto e de ar sisudo. Aquilo era uma grande novidade, pois o dispositivo mais próximo que tínhamos em casa era o rádio de válvulas. Remexendo no seu interior vi um box com vários LPs e um encarte explicativo das obras - era a coleção Festival de Música Clássica Ligeira, organizada pelas Seleções do Reader’s Digest. Devidamente orientado, coloquei um disco no prato, ajustei o seletor para rodar em 33 rpm e o comando para acionamento automático do braço (acho que não fiz tudo isso da primeira vez; é provável que alguém tenha feito para mim) e, com o encarte nas mãos, sentei-me próximo dos alto falantes para ouvir. 

À medida que lia os títulos e a agulha percorria as diferentes faixas dos discos fui conhecendo as composições. Cavalaria ligeira (Leichte Kavallerie, de Franz von Suppé) e os movimentos finais das aberturas de Guilherme Tell, de Gioachino Rossini, adotada no seriado de TV The Lone Ranger (“Hi-yo, Silver!”) – por aqui batizado deZorro” - e de Orfeu no inferno (Offenbach), entre outras, despertaram meu interesse nas semanas seguintes de minha exploração. Como eu era pequeno, hoje não saberia definir exatamente o que sentia ao ouvi-las – acho que de início deslumbramento e depois entusiasmo. Eram fáceis de assimilar, mas não havia ali nada frugal. Eu adentrava em um mundo imaginário de protagonistas heroicos, que travavam batalhas duras para triunfar bravamente no final.  Saía dali quando minha avó me chamava para alguma refeição.

Interessei-me igualmente por algumas músicas populares, cantadas, que contavam uma história de amor, alegria ou desilusão – os LPs de Francisco Egydio; Hebe Camargo (‘Quem é?’) e Edith Veiga (‘Faz-me rir’) que meu tio João comprava ou ganhava. O que mais me agradava era o do Francisco Egydio (Creio em ti, Escondido, Eu canto amore) - devo ter decorado todas as letras; quando eu não “vivia” o enredo, ao menos procurava entender seus sentimentos.

Certa tarde recebemos a visita de alguns conhecidos que presentearam minha avó com um compacto duplo. Pareciam animados e faziam comentários elogiosos sobre o disco - era a trilha sonora do filme “O Cangaceiro” (premiado no Festival de Cannes) interpretada por Zé do Norte e Vanja Orico.  Quando eles se foram, pus o disco para rodar (45 rpm) repetidas vezes. As canções ‘‘Mulher Rendeira’, ‘Lua Bonita’, ‘Sodade, meu bem sodade’ e ‘Meu Pinhão' me agradaram desde a primeira vez:

 “Lua bonita, se ‘tu não fosse’ casada eu preparava uma escada pra ir no céu te beijar/e se colasse teu frio com meu calor, pedia a Nosso Senhor para contigo casar”. Sua beleza rudimentar, representa para mim a essência do folclore nordestino “raiz”.  

De 1959 ouvi “A noite do meu bem”, canção criada e gravada por Dolores Duran – uma melodia sublime e versos que denotavam uma promessa romântica não plenamente cumprida (a mensagem cética, no final, passava tristeza e resignação), e a paz de ‘O Barquinho’ (Menescal e Boscoli) na voz de Maysa. E em 1962 Telstar, composta pelo engenheiro de som Joe Meek e interpretada por The Tornados. Se alguma música instrumental tinha o poder de evocar enlevo e confiança em um futuro promissor, era Telstar. A mesma confiança eu sentia ao ouvir a valsa ‘Criança Feliz’, cantada por Francisco Alves e o coro das crianças da Casa de Lázaro em cuja abertura a locutora declamava: “Brincando marcha o menino de hoje, lutando marchará o menino de amanhã. Crianças despreocupadas desse Brasil-Menino cujas glórias hão de colher os homens grandes que dominarão o Brasil-Gigante; esse Brasil grandioso que eu canto, que as crianças da Casa de Lázaro, felizes, cantarão numa esperança de vitórias e de alegrias”. Como vemos, vivia-se em um país diferente do de hoje. 

Gostava de ouvir a música italiana romântica da década de 1960. Porque além da estrutura musical simples e ao mesmo tempo refinada e da qualidade dos intérpretes, trazia em suas letras a saudade de amores remotos ou de paixões presentes, em geral idealizadas. Gostava dos arranjos logo do primeiro compasso. Gostava das cordas, trompa (às vezes piano e flauta) e do coral de vozes – a andar tristes ou alegres, mas sempre em harmonia, de mãos dadas.

Annamaria abria com o eco do seu nome pronunciado ao longe por vozes masculinas; depois, um coro feminino, celestial, e o som agudo de sinos misturado ao dos violinos precediam a voz do Sergio Endrigo, tristemente conformado a relembrar um amor antigo. Nela, eu via o arquétipo da suavidade feminina. Até hoje me emociono quando a ouço - uma emoção plácida – mas não vou além dos primeiros compassos, pois isso a tornaria banal de tanto ouvir.

Uma sensação aproximada eu tinha com Al Di Là (Emilio Pericoli), tema do filme Rome adventure (Candelabro italiano), que louvava um amor presente. Assim eu sentia Legata a Un Granello Di Sabbia, em que os violinos abrem espaço para voz carinhosa de Nico Fidenco, secundada por guitarra e coro, e em certo momento, um xilofone. É deste instrumento o primeiro toque da abertura de Sapore di sale, secundado por percussão e baixo, violoncelo, violinos e uma surpresa – o toque agudo e sagaz de um piano. Só então entra Gino Paoli, escoltado pelo som da trompa.

Em uma linha mais solta, Nel Blu Dipinto di Blu* (Volare), em que Domenico Modugno, como um Ícaro apaixonado passeava feliz pelo céu com sua amada - em sonho. Hoje, ao ver a forma como ele a interpretou no The Ed Sullivan Show, até eu tenho vontade de voar. Nunca vi atuação tão empolgante, seja desta ou de qualquer outra música. Ao final, o Ed Sullivan revelava uma razão especial para justificar aquela performance: o filho recém-nascido de Modugno. 

De outro lado, a voz resoluta de Michele Maisano -  surgindo como o motor de uma Ferrari - à qual o coro, o ritmo e a orquestração se uniam para clamar: Se mi vuoi lasciare, dimmi almeno perchè; Io non so capire perchè tu vuoi fuggire da me, ou Cosa vuoi da me…

Da música romântica francesa, gostava em particular daquela que começa com as estrofes:

La mer/Qu'on voit danser le long des golfes clairs/A des reflets d'argent

La mer/Des reflets changeants/ Sous la pluie

Dizem que Charles Trenet escreveu La mer durante uma viagem de trem que fez pela costa mediterrânea francesa em 1943. Os versos são um hino ao mar, singelo e inspirador. Mas a melodia é a sua principal virtude. Para compô-la ele teve a ajuda do pianista Leo Chauliac. Gosto de três versões: a cantada pelo próprio poeta (de início contido, mas “soltando a franga” na última estrofe), a de Juliette Gréco (mais sóbria e solene em sua imanente nostalgia) e a da Orquestra do Ray Conniff. O maestro, conhecido por seus arranjos “easy listening”, reunia um coro de vozes masculinas e femininas, vários tipos de sopros - trombones, trompas, saxofone baixo, trompetes, clarinetes e saxofones altos, piano e até uma harpa. Sob sua regência, La mer ganhou matizes vibrantes e de grandiosidade. Esta foi a primeira versão que ouvi e a que mais me emocionou. 

Love me, please love me é uma canção que tocava bastante (ou eu é que tinha os ouvidos atentos para ela?) no rádio em 1966. Eu não entendia bem a letra em Francês, mas entendia muito bem o amor não correspondido cantado por Michel Polnareff, e sentia grande pena do protagonista, embora jamais tivesse vivido tal situação (e menos ainda a de um amante correspondido). Não sei se era pela melodia, volume e entonação da voz do Polnareff - que variava da mansidão ao desespero, ou pela introdução que ele tocava no piano - notas em escala decrescente que fluíam rapidamente seguidas de trechos furtivos, hesitantes, e logo voltando a rolar de modo marcante e desenvolto. O caso é que essa música me comovia.

É curioso eu me referir a coisas abstratas como amor, saudade, tristeza, júbilo, e paixão por uma mulher como dotes essenciais da música cantada. O que sabia eu do amor naquela época? Tudo isso aquelas canções me passavam. É possível que os amores ali glorificados fossem apenas invenções poéticas de seus autores - frutos de devaneio e não de uma experiência real. Mas de um jeito ou de outro, eram revelados da forma mais bela possível, idealizada. E eu representava tais sentimentos como algo fascinante, porque o veículo que usavam para expressá-las - a arte musical - é intrinsecamente fascinante.  E nada melhor para sonhar, mesmo quando se é menino, do que um amor idealizado.

Sim, porque desde pouca idade nós fazemos isso. Recordo-me de uma passagem quando eu, aos 7 anos, recém-admitido em uma classe de segundo ano primário que estava já em andamento havia dois meses, não conseguia fazer exercícios passados pela professora sobre assuntos que desconhecia. Ao notar minha preocupação, a colega de uma carteira próxima à veio sentar-se junto e passou a me explicar como resolvê-los. Das feições do seu rosto eu me esqueci, mas a expressão era agradável, disposta e acolhedora. Nosso contato foi breve, mas cristalizou-se ali um dos paradigmas da índole feminina. Hoje penso que gostaria de ter associado a ela uma música, mas com a mudança de domicílio e de escola que viria, eu não a vi mais.  

Veio mais tarde a despertar minha atenção uma menina clara, de cabelos pretos curtos e certo encanto em seus olhos azuis, que às vezes sentava na carteira à minha frente na classe do terceiro ano primário. Tínhamos ambos 8 anos. Conversávamos, eu a achava bonita e quando espontaneamente lhe dirigi um gracejo, ela devolveu a provocação, chamando-me de gracioso. Vi ali um ligeiro ar de censura e penso que não evoluímos além daquela prosa. Em consequência perdi o ensejo de associá-la a uma música, mesmo porque na época, meu horizonte neste quesito era bem restrito.

Houve ainda outra, no ginasial, uma morena clara e de cabelos castanhos à altura dos ombros, naturalmente altiva, cujo rosto tinha uma beleza bem delineada, serena e gentil. Seu nome era, sem a grafia italiana, o título da mencionada canção do Sergio Endrigo.

Annamaria

Annamaria/Tu non vuoi ricordare

Le nostre dolci sere/Ed i baci che mi hai dato

Ora viviamo/In sogni separati

Ma quel che è stato è stato/Non importa se è finita

Annamaria/Sei passata nel mio cielo

Come una rondine leggera (como uma andorinha ligeira)

E l'inverno è già tornato/Ma senza te

Annamaria/Di te mi resterà

Solo il tuo dolce nome/Il tuo nome/Annamaria

Nunca trocamos uma palavra. E é provável que, se vista de perto, ela não correspondesse à ideia do sublime feminino que a canção me transmitia. Foi melhor assim, que ela restasse confinada em meus domínios platônicos. Então, como aconteceu com as demais, sua imagem permanece intocada, tal como eu concebi de início. Felizmente, porque não sei como elas estariam hoje.

Velhotas sacudidas ou matronas obesas?

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A Dazzling Black Blue Friday*

Pulando do sol nascente para o poente (e não por isso menos belo e interessante) na última noite fui abordado por uma moça enquanto fazia compras no supermercado. Sendo a abertura do Black Friday, um movimento anormalmente grande de pessoas a empurrar e encher seus carrinhos de compras atrapalhava minhas andanças em busca de produtos; volta e meia tinha que ceder espaço ou pedir licença para passar com um carrinho de dimensões avantajadas, o único que sobrara.

Eu acabara de pegar alguns pêssegos (bons, mas não tão baratos) e começava a pesquisar no setor de peixes quando ouvi uma voz feminina bem-disposta: “senhor, acho que esses pêssegos são seus - o senhor os deixou cair”.

Virei-me e a vi, com suas mãos a me mostrar as frutas que acabara de apanhar do chão. Minha desatenção não me surpreendeu, porque ultimamente tenho deixado de notar coisas. A surpresa foi provocada pela atitude e mais além: pelas feições sorridentes da dona. Eu vi, em um rosto jovem e de expressão cortês, os cabelos castanho-claros lisos e um tanto longos e os olhos - verdes ou azuis - que cintilavam no conjunto. Deveria estar naquela casa da vida em que atingimos a plenitude, mas ainda expressamos jovialidade. Usava um vestido de cores, solto e amplo, dos que as gordinhas usam para esconder os excessos. Ao constatar ser este o caso, de imediato considerei-o um detalhe irrelevante, que não afetava a pintura geral, e talvez a tornasse até mais sedutora.

Ao notar minha atrapalhação para colocar os pêssegos de volta ao saco plástico - e  ao carrinho de compartimentos diferentes - ela prosseguiu: “o senhor quer que eu lhe ajude? ”, oferta que eu orgulhosamente declinei. Agradeci por sua gentileza e quando ela se afastou, parcialmente refeito, tirei os pacotes de peixe do freezer e os coloquei no carrinho. Ao voltar, avistei-a a conversar animadamente com suas amigas. Ela deve ter percebido minha curiosidade espontânea, pois devolveu o olhar, ainda que de soslaio. Mas eu não mantive o meu.

Olhando retrospectivamente, eu deveria ter perguntado o seu nome e me apresentado. Quem sabe, movido por um enlevo tolo, beijasse a mão que resgatou os pêssegos. Mas foi tudo rápido e no meu estado de admiração, tudo o que fiz foi agradecer sua gentileza com uma efusividade formal.

‘O homem deixou cair umas frutas do carrinho; eu posso apenas avisá-lo, mas vou apanhá-las e entregar para ele’, ela deve ter pensado.

As circunstâncias foram banais, mas o que fez a diferença? Acho que o sentido diverso que se deu a elas, os pormenores, as cores. E estes temperos estão no seio das individualidades humanas, embora nem todos sejamos agraciados para distinguir ou fazer-lhes uso.

Um acontecimento corriqueiro levou a uma atitude gentil. São os imprevistos que acontecem e nos encantam. Vamos pensar assim.

Ela me pareceu bonita e a partir do seu gesto eu projetei uma imagem ainda mais bonita. Sei que pela lógica não a encontrarei de novo e se isso acontecer, provavelmente não a reconhecerei. Então, vou lhe dedicar uma música. Mas qual? Talvez, aquela que diz assim:

 

*Volare, oh oh

Cantare, oh oh oh oh

Nel blu dipinto di blu

Felice di stare lassù

[…]

Volare oh oh/cantare oh oh oh oh

nel blu degli occhi tuoi blu,

felice di stare quaggiù,

nel blu degli occhi tuoi blu [...]


E depois, sairei voando...

 

Nov./2025