É
uma noite de quarta-feira, como qualquer outra. Luz branca no bar quase vazio.
Na mesa circular, a posição dos dois lembra a dos ponteiros do relógio a marcar
nove horas e trinta minutos.
A
caminho da aproximação, seus movimentos se sucedem com naturalidade. Ela conduzida
por palavras; ele, por pensamentos.
Adiantando
furtivamente o ponteiro dos minutos, ele vê aqueles ombros finos lhe ficarem
mais próximos. Então, esgueirando-se como pode por entre a loquacidade
feminina, diz a ela alguma coisa.
Silêncio...
Sem
artifícios, palmas se juntam e dedos se entrelaçam com vontade e sem pressa.
Assim permanecem até que precisamente às dez para as dez o tempo para.